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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Juiz Nota 100. Um exemplo.





UM JUIZ NOTA 100!!!!

Odilon de Oliveira, de 56 anos, estende o colchonete no piso frio da sala, puxa o edredom e prepara-se para dormir ali mesmo, no chão, sob a vigilância
de sete agentes federais fortemente armados. Oliveira é juiz federal em Ponta Porã, cidade de Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e, jurado de morte pelo crime organizado, está morando no fórum da cidade. Só sai quando extremamente necessário, sob forte escolta. Em um ano, o juiz condenou 114 traficantes a penas, somadas, de 919 anos e 6 meses de cadeia, e ainda confiscou seus bens. Como os que pôs atrás das grades, ele perdeu a liberdade. 'A única diferença é que tenho a chave da minha prisão.'
Traficantes brasileiros que agem no Paraguai se dispõem a pagar US$ 300 mil para vê-lo morto. Desde junho do ano passado, quando o juiz assumiu a vara
de Ponta Porã, porta de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em grande parte do País, as organizações criminosas tiveram muitas baixas.
Nos últimos 12 meses, sua vara foi a que mais condenou traficantes no País.
Oliveira confiscou ainda 12 fazendas, num total de 12.832 hectares, 3 mansões - uma, em Ponta Porã, avaliada em R$ 5,8 milhões - 3 apartamentos, 3 casas, dezenas de veículos e 3 aviões, tudo comprado com dinheiro das drogas. Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados por presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar sua morte. 'Os agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com oferta de US$100 mil.' No dia 26 de junho, o jornal paraguaio Lá Nación informou que a cotação do juiz no mercado do crime encomendado havia subido para US$ 300 mil. 'Estou valorizado', brincou. Ele recebeu um carro com blindagem para tiros de fuzil AR-15 e passou a andar escoltado. Para preservar a família, mudou-se para o quartel do Exército e em seguida para um hotel Há duas semanas, decidiu transformar o prédio do Fórum Federal em casa. 'No hotel, a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a PF.' É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de Oliveira virou quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarr otado de processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal. O banheiro privativo ganhou chuveiro. A família - mulher, filho e duas filhas, que ia mudar para Ponta Porã, teve de continuar em Campo Grande. O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com seguranças. Oliveira teve de abrir mão dos restaurantes e almoça um marmitex, comprado em locais estratégicos, porque o juiz já foi ameaçado de envenenamento. O jantar é feito ali mesmo. Entre um processo e outro, toma um suco ou come uma fruta. 'Sozinho, não me arrisco a sair nem na calçada.'
Uma sala de audiências virou dormitório, com três beliches e televisão. Quando o juiz precisa cortar o cabelo, veste colete à prova de bala e sai com a escolta. 'Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade.' Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Os agentes tiveram de intervir. Hora extra. Azar do tráfico que o juiz tenha de ficar recluso. Acostumado a deitar cedo e levantar de madrugada, ele preenche o tempo com trabalho. De seu 'bunker', auxiliado por funcionários que trabalham até alta noite, vai disparando sentenças. Como a que condenou o mega traficante Erineu Domingos Soligo, o Pingo, a 26 anos e 4 meses de reclusão, mais multa de R$ 285 mil e o confisco de R$ 2,4 milhões resultantes de lavagem de dinheiro, além da perda de duas fazendas, dois terrenos e todo o gado. Carlos Pavão Espíndola foi condenado a 10 anos de prisão e multa de R$ 28,6 mil. Os irmãos , condenados respectivamente a 21 anos de reclusão e multa de R$78,5 mil e 16 anos de reclusão, mais multa de R$56 mil, perderam três fazendas. O mega traficante Carlos Alberto da Silva Duro pegou 11 anos, multa de R$82,3 mil e perdeu R$ 733 mil, três terrenos e uma caminhonete. Aldo José Marques Brandão pegou 27 anos, mais multa de R$ 272 mil, e teve confiscados R$ 875 mil e uma fazenda.
Doze réus foram extraditados do Paraguai a pedido do juiz, inclusive o 'rei da soja' no país vizinho, Odacir Antonio Dametto, e Sandro Mendonça do Nascimento, braço direito do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. 'As autoridades paraguaias passaram a colaborar porque estão vendo os criminosos serem condenados.' O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende a apelos da família, que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular de uma vara em Campo Grande e poderia ser transferido, mas acha 'dever de ofício' enfrentar o narcotráfico. 'Quem traz mais danos à sociedade é mega traficante. Não posso ignorar isso e prender só mulas (pequenos traficantes) em troca de dormir tranqüilo e andar sem segurança.

Vi quando passava pelo Malvadas.

Parabéns ao Juiz!

Difícil muita gente,ter a postura desse juiz,uma postura ética e honesta de Odilon,deveria servir de exemplo para membros das esferas política e judiciária,bem como a todos os brasileiros.Mais não,estamos plenamente absorvidos pelo contexto do "jeitinho Brasileiro" Eh Brasil!

2 comentários francos:

Portal80 17 de julho de 2009 às 01:07  

Realmente nota 1000 este cara! E olha que não é lá tão jovem assim. Particularmente achei que o Protógenes e o juiz Fausto seriam os novos paladinos da justiças, mas ... sumiram, misturaram, enfim ... ;p Lamenta-se o Brasil, de fato!

Agora, bravo sim à este juiz. Principalmente quando o quadro de advogados no país (leia-se: faculdades e cursinhos abarrotados) não é lá muito animador. Defendem seus umbigos somente, prepotentes pra kct! Costumo dizer o primo rico do jornalismo. Só que ao contrário ainda não perderam o diploma. Bando de interesseiros, isso sim!!!

Só que casos como este vemos no MP e em muitos jovens delegados e delegadas, que vão com peito, na raça, diretamente às ruas, ao povo. Coisa que o Sr. Gilmar Mendes ... Imagina, descer do pedestal? Sair do conforto de um gabinete supremo? Não que seja fácil ser juiz, claro, muito menos passar no exame para, mas o direito deveria servir mais ao povo, ser transparente e acessível. Portanto admiro muito o Ministério Público, as defensorias e estes fortes delegados que põem mesmo suas vidas em risco em nome da real DEMOCRACIA, da justiça e da igualdade de direitos.

À exemplo disso cito um ótimo documentário chamado JUSTIÇA que remete ao sistema prisional. Um dos meus favoritos!!!

Blog do Franco 17 de julho de 2009 às 02:19  

.To igual a crança com um brinquedo novo! Agora comentando em meu próprio blog! hehe

humm.. Vlew Portal 80! eita nóis! Que comentário enriquecedor!

..vlew pela dica! agente se ve pelos twitters da vida! hehe

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